Empreendedorismo

Empreendedores negros ainda enfrentam desigualdade de renda, acesso a crédito e formalização

Publicado em 18/11/2024 às 16:55
Por Redação

Segundo o boletim “Empreendedorismo Negro no Brasil: Superando Desafios e Construindo o Futuro”, do Sebrae, negros representam 51% dos empreendedores no país, um número que merece destaque durante o Novembro Negro, movimento criado para valorizar a história, cultura e luta do povo negro.


O estudo também aponta que o empreendedorismo negro é composto em sua maioria por mulheres (52%). No entanto, o levantamento mostra que o cenário do empreendedorismo negro no Brasil enfrenta grandes desafios, como desigualdade de renda, acesso a crédito e formalização.


Entre os cases de sucesso no segmento, destaca-se a Afrocentrados Colab, fundada pela empreendedora Cynthia Paixão. A loja colaborativa fomenta o desenvolvimento da comunidade local, apoiando mais de 100 empreendedores negros.


“O empreendedorismo negro vai além do fortalecimento econômico; é uma tentativa de empoderar pessoas que tiveram menos oportunidades. Por isso, além de apoiar os microempreendedores, também oferecemos cursos de capacitação, visando maior qualificação e desenvolvimento. A Afrocentrados é mais que um negócio, ela visa o fortalecimento da comunidade local”, ressalta Cynthia.


A jornada como empreendedora, entretanto, não é fácil. De acordo com a pesquisa “A Força do Empreendedorismo Feminino”, também do Sebrae, há uma notável diferença de renda entre mulheres negras e brancas. Enquanto as mulheres negras recebem, em média, R$ 1.539, as mulheres brancas têm uma renda média de R$ 2.035.


Outro ponto sensível é o número de horas que as mulheres dedicam ao próprio negócio. Em média, elas destinam 17% menos horas ao empreendimento, uma vez que acumulam, semanalmente, 10,5 horas a mais em afazeres domésticos e cuidados com os filhos em comparação aos homens.


Mesmo com as barreiras sociais, empreender ainda representa uma alternativa para as mulheres negras, principalmente pela possibilidade de liderança e empoderamento.


“Empreender é uma forma de juntar forças e buscar um crescimento tanto individual quanto coletivo. Ser uma mulher preta empreendedora não é fácil, mas é recompensador. Pelo empreendedorismo negro e movimentos como o Black Money, podemos reforçar nossa identidade e ocupar posições de destaque”, conclui Cynthia.


Localizada no Bela Vista, um dos principais shoppings de Salvador, a Afrocentrados colabora com marcas como Calundives , Daêne, Millafrik, Mais Linda Afro, Ebó Arts, Modash , Camila Loren, entre outras.


Fonte: Monitor Mercantil

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