Inovação

Executiva do ramo farmacêutico aponta empatia como grande diferencial no mercado

Atualizada em 24/08/2021 às 01:05
Por Redação

Para Renata, o líder deve reconhecer que nem todas as pessoas são iguais e evitar julgar os outros utilizando si próprio como régua


O ambiente de trabalho é um lugar estressante por si só, já que consiste no cumprimento de tarefas em um prazo estipulado. Talvez sem um senso de urgência que nos deixa alerta não conseguíssemos realizar os objetivos. Não obstante, isso não significa que o convívio entre líderes e demais colaboradores deva ser insuportável, funcionando muitas vezes como gatilho para o desenvolvimento de doenças psíquicas.


Levantamento feito em 2017 pelo Instituto Locomotiva e o Grupo Loyalty & Trade Management mostrou que 56% dos trabalhadores formais do Brasil estão insatisfeitos com o emprego. Já a pesquisa sobre estresse no ambiente de trabalho, realizada no Brasil e em outros 11 países pela International Stress Management Association (ISMA-BR), revelou que cerca de 9 a cada 10 profissionais apresentam ansiedade.

A executiva, Renata Spallicci, destaca a importância do líder na promoção e manutenção de um ambiente de trabalho respeitoso e saudável, para que colaboradores se sintam motivados e aperfeiçoem seu desempenho e dessa forma contribuam para o melhor andamento da empresa. Renata, que é vice-presidente da Apsen Farmacêutica, sabe os desafios da liderança e oferece algumas sugestões (na perspectiva do líder) a fim de se construir uma boa relação entre gestores e colaboradores.


Empatia


Conforme Renata, a grande virtude a ser cultivada por um líder a fim de que a relação com seus colaboradores seja respeitosa e frutífera é a empatia.


“Tratar com desprezo membros da equipe, que, porventura, venham a demonstrar medo ou estresse, abala a zona de segurança psicológica que deve ser criada para si próprio e liderados e faz com que sua posição de líder deixe de ser eficaz”, destaca.

A executiva pondera que cada ser humano é único e que agir de forma diferente da que você está agindo diante de momentos de pressão não necessariamente é sinal de fraqueza.


“Uma pessoa que está em posição de liderança pode ter tido experiências que a preparam para lidar com crises, mas cada um de nós tem uma história e, possivelmente, há colaboradores que estejam experimentando pela primeira vez uma grande provação profissional”, diz.

O primeiro movimento para se tornar um líder mais empático é reconhecer que nem todas as pessoas são iguais, evitando julgar os outros tomando si próprio como base. De acordo com Renata, é preciso buscar compreender as pessoas de fato, ver onde estão errando e evitar se precipitar em sentenciá-las como pessoas falhas.


“Lembre-se de quem realmente são e não quem são elas nesse momento”, recomenda.

Para ajudar nessa tarefa, destaque mentalmente algumas características que fazem com que você as respeite e relembre o que fizeram de importante para você e para a empresa.


Nesse esforço de ser mais gentil, Renata faz um apelo para o que líder construa e atravesse a ponte até o outro, tentando ver o mundo de seu ponto de vista do colaborador e ajudando-o a ver o mundo do prisma do líder. Isso não significa, porém, que o gestor deva ser invasivo. De acordo com Renata, trata-se de habilidade essencial do líder reconhecer que cada membro da equipe tem o seu próprio espaço.

“Isso significa respeitar os limites pessoais e não ser invasivo em relação à privacidade, agindo sempre dentro dos princípios da ética, diz.

A executiva destaca que um líder deve trabalhar para suprir as expectativas de seus colaboradores e respeitar os limites que existem entre chefia e subordinado.


Flexibilidade


Outra característica importante que um líder deve ter a fim de tornar o ambiente de trabalho um lugar melhor para se estar é flexibilidade. Conforme a executiva, um bom líder deve saber quando pressionar por resultados ou quando aliviar, equilibrando sua posição de autoridade com o respeito pela equipe.

“Assim, deve saber persistir em suas opiniões e estratégias e ceder quando perceber que obteve contribuições positivas de seus liderados”, explica, enfatizando ser muito mais eficaz contar com a inteligência coletiva de uma equipe do que tomar decisões inadequadas.


Segundo Renata, o mundo corporativo está cada dia mais complexo, isto porque há gerações muito diferentes ocupando espaços no mercado de trabalho e diversas pautas em foco.

“Nesse cenário, líderes que exercem o poder de maneira autocrática e sem ouvir seus liderados estão pavimentando o caminho para o fracasso de suas empresas e deles próprios”, diz.

Nesse sentido, um líder flexível é aquele que consegue manter uma mente aberta e encontrar o valor em cada indivíduo. Segundo a executiva, ao mostrar-se disposto a aprender com os outros, o líder descobre como impactar melhor as pessoas ao seu redor de uma forma positiva, deixando-os motivados.

“Esta habilidade constrói uma equipe forte de indivíduos apaixonados e comprometidos com o objetivo comum da empresa”, afirma.


Comunicação transparente


A boa comunicação com seus liderados é essencial para um líder que objetiva manter colaboradores saudáveis mentalmente e engajados com a causa da empresa. Assim, segundo Renata, saber ouvir e orientar é fundamental.

“Liderar é também ouvir atentamente as sugestões e questionamentos da equipe e transmitir de forma transparente as melhores orientações em busca dos resultados almejados”, diz.

Conforme Renata, no que tange a saber ouvir, uma característica fundamental que o líder deve cultivar é não bancar o “sabe tudo”.

“Um bom líder deve reconhecer suas vulnerabilidades, admitir quando estiver errado ou mesmo quando não souber algo, e não ter medo de pedir ajuda a seus colaboradores”, diz.

Já para uma orientação sem muito ruídos é de suma relevância cuidar do feedback.

“É preciso ter discernimento ao dar feedback de forma a contribuir para o desenvolvimento de sua equipe”, afirma.

(Com assessoria)

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