Inovação

Elas transformaram uma dor do mercado de tecnologia em oportunidade

Atualizada em 17/03/2023 às 17:05
Por Redação

Empresa especializada em tech recruiting liderada por duas sócias que eram gestoras de TI trabalha uma média de 200 vagas por ano; mercado de contratação de TI está em alta


Sobra vaga. E a maioria com bons salários. Quem mostrou isso foi a pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), que indicou que até 2024 o país terá uma demanda de 70 mil profissionais por ano no setor de software e serviços, sendo que se formam anualmente apenas 46 mil – a conta não bate. Esse déficit de profissionais impacta o dia a dia de empresas que dependem da tecnologia, e preencher vagas vem se tornando cada vez mais difícil. 


“Não é só a quantidade de vagas é também é a falta de assertividade de contratação, o dimensionamento adequado de profissionais, os RHs generalistas. Os gestores acabam perdendo muito tempo tentando encontrar o candidato adequado e consequentemente tempo de execução de projetos. Isso envolve não só produtividade, mas também a questão financeira de uma empresa”, relata Christina Curcio, empresária que, após trabalhar por mais de 25 anos como gestora de TI em empresas como Nissan, American Axle e Grupo Positivo, percebeu que o problema do preenchimento de vagas em geral é a falta de definição do perfil do cargo corretamente. 


E foi esse olhar estratégico que deu vez à criação da Icon Talent, empresa especializada em processos de recrutamento e seleção de profissionais da área de tecnologia. “O fato de termos nos envolvido profundamente em processos de seleção de profissionais quando éramos gestoras acabou nos habilitando para atuar como hunters de TI. Ser de TI, falar a mesma língua que o profissional tech, e saber contratar para a área, faz toda a diferença e consequentemente minimiza  a dificuldade de contratação, uma vez que você  trabalha  com mais assertividade”, explica a outra sócia, Janaina Lima, que também acumula um extenso currículo nas gestão de grandes empresas como HSBC, Volvo e Editora Positivo. O fato é que hoje, com o crescimento das tecnologias e a expansão do mercado de trabalho, recrutar profissionais de TI qualificados exige, além de lidar com o déficit de profissionais, entender as complexidades, especificidades, atribuições das vagas, cargos, perfil profissional e diversas outras características que somente um profissional de TI tem.


Prova disso é o número de clientes da Icon que em 2018 eram 20 e hoje já somam 300, entre multinacionais, empresas nacionais de médio e grande porte do Brasil e do mundo. Ainda, em 2022 a empresa aumentou seu ticket médio em 30%, o que mostra que o mercado está em sintonia com a proposta da empresa. No total, são em média 200 vagas por ano e atualmente, mais de 20 mil perfis formam sua base de talentos. “O que acontece é que RHs mais generalistas não têm a obrigação de entender, por exemplo, o que é um sistema embarcado. Então, como poderão avaliar se aquele currículo é adequado? Por isso algumas empresas ficam com vagas abertas por muito tempo, porque acaba exigindo demais tanto do gestor de TI, quanto da equipe de RH”, diz Christina. 


Minimizando danos

Não é difícil dimensionar o tamanho do problema na contratação de profissionais de TI. Para se ter ideia, em 2022, a Cortex divulgou 11.562 startups ativas no país. São empresas que têm no seu DNA a tecnologia. Mas é inocência achar que só essas empresas são responsáveis pelas contratações de TI. Grandes, médias e pequenas empresas dependem de processos tecnológicos e de profissionais para dar andamento de funções básicas, como manter um servidor funcionando de maneira adequada, até as mais complexas, como implementação de ERPs e CRMs. “Às vezes os processos de recrutamento são muito longos. Muitas vezes temos que mudar todo o descritivo da vaga, conversar com o gestor técnico da vaga e reescrever o perfil, dentro das skills técnicas e comportamentais, entendendo o projeto e futuro da empresa. Ter  expertise na área é fundamental para delinear a vaga e assim, trazer retorno positivo para as empresas”, reforça Christina.


Pensando nisso, a Icon realiza também um alinhamento técnico de gestores da vaga para, além de discutir o perfil da vaga, conhecer a empresa e alinhar as estratégias de entrevistas, apresentando o panorama de tecnologias mais empregados nas empresas e melhores práticas que estão sendo utilizadas no mercado, auxiliando muitas vezes na decisão das tecnologias adotadas pelas empresas.  As sócias contam que em alguns casos já auxiliaram até mesmo a revisão de contrato de empresas terceiras nos quais identificaram riscos e recomendaram alterações de menor impacto financeiro. 


A figura do tech recruiter não é novidade no mercado, mas a maioria não entende o perfil da vaga que está trabalhando para fechar, por não ter conhecimento técnico. E ter esse olhar direcionado e o conhecimento prático em sistemas e operações pode agilizar a contratação. “Nós trabalhamos em parceria com os RHs das empresas para, inclusive, qualificar esses profissionais de recrutamento na hora de contratar alguém de TI. O que buscamos é transformar o recrutamento especializado em TI em uma ferramenta eficaz na contração de profissionais qualificados e resolver esse déficit de muitas vagas não preenchidas, minimizando os danos do setor”, finaliza Janaina.


(Com Assessoria)

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