Ideias Positivas

Máscaras de tecido se tornam renda principal de engenheira agrícola durante Pandemia

Atualizada em 29/04/2020 às 10:28
Por Josi

Dijaneide, Engenheira Agrícola de formação, trabalhava com o fornecimento de marmitas, quando viu na confecção de máscaras uma oportunidade de driblar a crise.

A costura já fazia parte da vida de Dijaneide Gonçalves Ramos, que trabalhou por 15 anos em sua área de formação, no Estado da Bahia. Ela costumava confeccionar bolsas, por hobby. Atualmente, já em solo paraibano, desenvolvia outra atividade, que era o fornecimento de marmitas. Levada pela aptidão para cozinhar, as refeições eram sua principal fonte de renda, em João Pessoa. Mas, devido problemas que enfrentou, pouco antes de iniciar o período de isolamento social, ela correu atrás de outras formas para ganhar dinheiro, e foi com incentivo de uma amiga, que resolveu usar os tecidos que tinha em casa para começar a costurar máscaras de proteção.

“Ela sabia que eu estava precisando de uma renda no momento, porque enfrentava uma dificuldade logística para atender a clientela de marmitas por delivery. Pensei logo em vender os tecidos que tinha em casa, mas quando ela soube, me incentivou a usar esses tecidos para costurar máscaras de proteção, porque não conseguia mais dar conta da demanda, foi aí que decidi me dedicar a isso”, disse.

Dijaneide costurando as máscaras para atender as encomendas

Desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus, uma corrida mundial em busca de máscaras de proteção fez com que elas sumissem das prateleiras. Entrou nesse momento a grande demanda de confecção de máscaras caseiras, que se tornou um fenômeno mundial.

Dijane desenvolveu um molde e adquiriu outros dois, mais comuns no mercado. “Eu corto os tecidos, costuro, monto, faço os acabamentos, higienizo, passo o ferro, dobro, embalo e ainda anexo uma cartinha de recomendação explicando o uso. Ainda peço ao cliente que, antes de usar, faça uma nova lavagem, com um antibactericida e passe novamente o ferro”, disse.

E as encomendas de Dijane vêm aumentando cada dia mais. “Comecei com cerca de 10 a 12 vendas de máscaras, e, em menos de uma semana, já recebi pedido de até 30 no dia”, contou. Ela recebe os pedidos pelo whatsapp ou no perfil do Instagram @dija.estilosa.atelier

Recomendação Ministério da Saúde

No início deste mês de Abril, o Ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, traçou um cenário de extrema dificuldade para aquisição de insumos básicos de proteção contra o novo coronavírus e recomendou à população que pare de comprar máscaras descartáveis e faça a própria peça de proteção, com pano e elástico.

Além de eficiente, é um equipamento simples, que não exige grande complexidade na sua produção e pode ser um grande aliado no combate à propagação da Covid 19 no Brasil, como auto proteção e de outras pessoas ao redor.

Para ser eficiente como uma barreira física, a máscara caseira precisa seguir algumas especificações, que são simples. É preciso que tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja dupla face e é individual. Podem ser feitas em tecido de algodão, tricoline, TNT ou outros tecidos, desde que desenhadas e higienizadas corretamente. O importante é que a máscara seja feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e nariz e que estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

máscaras de proteção confeccionadas por Dijaneide

Apesar de não haver estudos científicos que comprovem a correlação entre o uso de máscaras e o menor ritmo de espalhamento da doença, essa atitude pode ter feito a diferença. Artigos recentes de especialistas publicados nos jornais The New York Times e no The Washington Post dizem que apesar de a OMS não recomendar o uso universal de máscaras, países que adotaram essa conduta por conta própria tiveram redução da disseminação. Uma das evidências apontadas é que Hong Kong, Mongólia, Coreia do Sul e Taiwan, onde a população já tem o costume de usar máscara nas ruas, estão com o surto sob controle.

Recomendações de uso

Especialistas recomendam trocá-la periodicamente, não colocar a mão na máscara usada, porque ali estão concentradas as gotículas. Também é preciso continuar fazendo todos os outros procedimentos básicos, como lavar as mãos, usar álcool e manter o isolamento social.

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