Ideias Positivas

Jovens transformam amor pelo automobilismo em negócio inovador

Atualizada em 20/02/2020 às 22:11
Por Josi

Circuito paladino no Conde está entre os melhores do país. Os paulistas, César e Felipe, apaixonados pelo Kart estão dispostos a expandir seus conhecimentos e montar negócio em terras paraibanas.

César e Felipe decidiram montar uma equipe própria e oferecer aos pilotos, aquilo que faltava na visão deles, dentro do Kartódromo onde trabalhavam. Atualmente, os dois são recém-formados do curso de engenharia mecânica da Universidade Metodista de Piracicaba, em São Paulo e naturais da cidade de Campinas, interior paulista. César Augusthus Pinto de 26 anos, além de dono do negócio de Kart é também Projetista Mecânico. Felipe Vilela de Almeida Peroni, de 25 anos é seu sócio no Kart.

Em 2017, os dois, ainda estudantes, eram contratados do Kartódromo para dar suporte às equipes que preparavam os pilotos. Mas, no final de 2017, deram uma reviravolta nessa história. “Nesse momento, eu já não era mais contratado por equipes, havia sido demitido. Mas, estava tirando a licença médica de Felipe, que precisou se afastar do trabalho por alguns meses. Quando ele deveria voltar ao trabalho conversamos, porque ele não queria que eu saísse e eu não queria ficar ocupando o lugar dele. A única solução que encontramos foi formar nossa própria equipe”, contou César.

Foi aí que tudo começou. Eles não tinham planejado, mas existia o desejo de ir além naquela atividade. E foi isso que aconteceu. Enquanto estava na função de mecânico, César observava as potencialidades de cada profissional mais antigo, e via que eles trabalhavam com métodos bem tradicionais. Cheios de ideias e novas possibilidades, pelo conhecimento que estavam absorvendo com os estudos, acreditaram que podiam modernizar aquele trabalho, estabelecendo um diferencial para melhorar, significativamente, o desempenho dos carros e dos pilotos.

“Não era só assistência mecânica para os carros de Karts. A gente queria ir além e avançamos. Oferecíamos conhecimento, novas técnicas para pilotagem e performance”, disse César. E acrescentou, “para começar a formar a nossa equipe fomos propor aos quatro pilotos, que a gente dava assistência (quando ainda eram contratados de outras equipes), a ideia da implantação de melhorias, que sabíamos que faria a diferença pra eles, mantendo o mesmo valor, que eles já investiam, inicialmente. Eles toparam e começamos os trabalhos”, disse.

Quando eram empregados das equipes, César e Felipe, recebiam R$ 50 reais por sábado, trabalhando das 8h da manhã às 8h da noite. Depois que assumiram sozinhos os primeiros quatro pilotos, esse valor aumentou exponencialmente. Com essa receita, partiram para outro importante passo: os investimentos.

Em janeiro de 2018, montaram um planejamento, para cumprir o suporte prometido, e aos poucos, começaram a receber mais pilotos interessados. Seis meses depois, já estavam trabalhando com 10 pilotos. Para uma equipe de apenas dois mecânicos, já era um número muito elevado, em comparação aos outros grupos. Nessa época, alugavam karts das equipes maiores para disponibilizar aos que estavam sendo assistidos por eles. Os investimentos iniciais e prioritários foram em ferramentas, máquinas e alguns equipamentos essenciais ao trabalho.

A partir desse momento, partiram em busca de patrocínio e parcerias. Queriam ampliar o negócio e conseguiram, logo no início, sete patrocinadores, uniformes e os boxes (aberto e fechado) para guardar os carros. Terminaram aquele ano já com dois karts próprios. Dentro dos planos dos dois jovens mecânicos empreendedores, estava oferecer não apenas aulas, mas treinamento, técnicas de pilotagem também para as crianças que queriam iniciar e fazer carreira.

Em 2019, se estabeleceram dentro do que haviam sonhado. Adquiriram 12 karts, um box fechado próprio, e em parceria, mais 5 box fechados, além de mais 5 abertos. Por meio de parcerias, César trocava o serviço de direção de provas, por material ou equipamento. E foi também, no ano passado, que entraram de vez, com seus próprios pilotos, em campeonatos oficiais.

“Participamos dos três maiores campeonatos regionais. Ganhamos dois, nas categorias em que os nossos pilotos estavam concorrendo. Foi a ‘Kart Cadete’, onde crianças competem (6 a 9 anos de idade), onde levamos duas premiações. Na Categoria F400 de adultos, e na F400 Sênior”, disse César.

Paraíba – O Circuito Paladino, no Conde, aqui no Estado da Paraíba, é um dos espaços que César tem planos para atuar mais ativamente. Esse é único kartódromo da América Latina com pista homologada pela FIA, preparado para receber competições nacionais e internacionais, uma referência dentro do circuito brasileiro de Kart. Dos campeonatos mundiais oficiais, os Kartódromos certificados, no Brasil, são o de Conde PB e o de Birigui SP. Em setembro de 2018 César e Felipe trouxeram as equipes deles para treinar aqui. Em maio de 2019 voltaram para participar do Campeonato ‘Jampa Kart’.

Ao correr no Paladino, os pilotos têm acesso a 40 boxes e dois vestiários, além de roupas e acessórios disponíveis para venda e aluguel no local. O Circuito também conta com restaurante, espaço kids, sala de jogos e sala de conferência para receber turistas e fãs de velocidade.

MEI - Em janeiro do ano passado César e Felipe abriram uma microempresa através do MEI e formalizaram o negócio. Além do que já faziam, prestando assistência aos pilotos e carros da equipe deles, também estruturaram a oferta de outros serviços e produtos. Resolveram disponibilizar uma loja para vendas de peças e equipamentos, o que passou a facilitar o trabalho e render maior lucratividade ao negócio.

Hoje a dupla dá assistência a cerca de 30 pilotos, de nível intermediário a sênior. “Montamos um monitoramento dos treinos, personalizados. Um acompanhamento minucioso de tudo. E como kart necessita de uma manutenção constante, que inclui a troca de peças, ferramentas, entre outras coisas. A gente resolveu montar a nossa própria loja. Compramos direto do fornecedor e disponibilizamos aos pilotos”, explicou.

Planos - Para 2020 pretendem criar um campeonato próprio, algo novo. Já iniciaram as negociações para isso. “Queremos também alavancar mais pilotos e boxes, atingir uma hegemonia no ramo e avançar mais”, disse César, que tem nos planos pessoais implantar o mesmo projeto que desenvolvem em São Paulo, aqui na Paraíba. “O kart é um hobby que nos dá prazer, mas ao mesmo tempo encaramos com a mesma responsabilidade e seriedade de um trabalho profissional, e é com ele, que quero ampliar meus espaços de atuação aqui para a Paraíba”, disse.

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