Ideias Positivas

Atendimento diferenciado leva estagiário a cargo de patrão

Atualizada em 05/08/2021 às 09:33
Por Josi

Diego começou como estoquista, mas logo se empenhou em mostrar que tinha um diferencial na sua forma de atender. Tornou-se o melhor vendedor, até decidir ter o próprio espaço.


Como a maioria dos jovens, ao término do ensino médio, Diego queria uma oportunidade de ingresso no mercado de trabalho e, com ajuda dos pais e de pessoas conhecidas, começou prestando serviços por meio de contratos temporários. Mas, em determinado momento, desejou um vínculo empregatício com carteira assinada. É o“fixo” que a maioria dos trabalhadores procura. Não foi fácil encontrar o primeiro emprego, isso pela falta de experiência. O pai entrou no caminho e conseguiu a admissão do filho numa loja especializada em baterias automotivas, de equipamentos, peças e acessórios de veículos.


Primeiro, Diego foi para as funções mais simples e internas da empresa. Trabalhou no estoque, organizando peças, por cerca de sete meses, recebendo um salário de 520 reais por mês. Nisso, começou a perceber algumas situações que o incomodavam. “Havia uma diferença de tratamento dentro da empresa. O estoquista não era valorizado e só os vendedores tinham destaque, já que geravam lucro direto para os patrões”, disse.

Fachada da nova loja DS Auto Peças Importados

E foi observando essa realidade que Diego logo entendeu que, para crescer e alcançar uma boa colocação dentro da empresa, ele precisaria chegar ao posto de vendedor. “Comecei a estudar as peças. Na função que eu exercia, era preciso conferir tudo o que chegava. Aí, eu aproveitava para ler o manual, conhecer a aplicação e sempre me empenhando cada vez mais”, contou.


Diego queria ir além. Queria ser visto e mostrar serviço. Para isso, sabia que precisava trabalhar mais do que os outros. Mesmo sendo estoquista, sempre ajudava os vendedores. “Eu sabia que peças eles queriam e, quando eles estavam subindo as escadas, eu já me adiantava, pegava e entregava os produtos para eles”, relatou. Com pouco mais de seis meses na empresa, mostrando seu esforço e seu conhecimento sobre os itens vendidos na loja, alcançou o posto desejado de vendedor. 


Mas, não só isso, como bom observador, ele enxergava além da venda. Via que muitas pessoas chegavam ali querendo uma ajuda, uma solução para o problema do carro e por trás, existia uma história que muitos queriam contar, desabafar. Diego, prontamente, não só ouvia, mas estimulava, acolhia e tentava ajudar. Sua forma atenciosa de se relacionar fazia com que os clientes até esperassem numa fila para serem atendidos por ele.


“Chegou uma época em que o meu celular tocava mais do que o telefone da loja. Os clientes ligavam direto pra mim. Eu sempre ficava em primeiro lugar nas vendas”, disse Diego, que mesmo sem pensar em pedir demissão, depois de mais de 10 anos empregado naquele local, sentia vontade de fazer algo diferente.

Inauguração da nova loja

Um dos ex-funcionários da loja abriu o próprio negócio e estimulou Diego a fazer o mesmo. Dizia várias vezes que, assim como ele conseguiu, Diego também conseguiria e que tinha mercado para investir. O jovem resistiu por um tempo, até começar a dar os primeiros passos em direção a um novo momento da sua carreira profissional. Ainda empregado, vendeu o carro e a moto que tinha. Com o valor apurado, deu entrada num ponto comercial. Com dinheiro emprestado, foi reformando o espaço. Até o dia em que pediu demissão e iniciou, em maio de 2018, novamente com a ajuda do pai, o seu empreendimento: a DS Auto Peças Importados.


“Decidi pelo meu negócio. Mas, nesse momento, eu vi que de 100 por cento das pessoas que me incentivaram, dizendo que estariam comigo, apenas 20 por cento delas realmente me apoiaram naquele início”, contou. Diego já sabia o que tinha levado ele até ali. Apoiou-se em seu diferencial: fazer pelos seus clientes o que as outras lojas do ramo não faziam. Certo de conquistar uma nova clientela, imprimiu sua forma atenciosa de atender.


“A maioria dos meus clientes são mecânicos e, naquele momento de espera, no intervalo que estão ali para adquirir o produto, eles chegam com sede, cansados. Então, eu ofereço uma bebida, um dindin, cafezinho, rapadura, bolacha. Pode parecer gestos muito simples, mas eu sei que esse mimo faz a diferença”, considerou.

Com 1 ano e sete meses de funcionamento, a loja de peças automotivas de Diego já conta com quatro funcionários, além dele, do pai e da esposa. Eles ampliaram o empreendimento, que em 2018, quando iniciaram, era um espaço de 15 metros quadrados (3m de largura por 5m de fundo). Há menos de um mês, no último dia 4 de novembro de 2019, passaram a funcionar numa loja de 225 m² (9m de frente por 25 de fundo). O pai e a esposa também estão juntos com ele. Todos empenhados em fazer a @dsautopecas crescer ainda mais.

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