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COVID-19: abertura deve ter abordagem em fases, diz OMS

Atualizada em 30/07/2022 às 08:09
Por Redação

“Estamos vendo, países, estados e cidades que não adotam medidas preventivas ou relaxam restrições muito cedo podendo ser inundados com novos casos”, disse.


A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, afirmou esta semana que os países que planejam relaxar as medidas de saúde pública devem adotar uma abordagem em fases, com base nas condições locais, e estar preparados para impor medidas preventivas novamente se a situação epidemiológica mudar.


Segundo ela a chave é “pensar em nível nacional e local e basear as decisões nos dados mais recentes. Quanto mais granular a nossa compreensão sobre onde o vírus ocorre, mais direcionada será a nossa resposta”.


Etienne alertou sobre o exemplo de países, estados e cidades que não adotam medidas preventivas ou relaxam restrições muito cedo, sendo invadidos por novos casos da Covid 19.


“O momento é crítico. Em nível nacional ou local, devemos abrir gradualmente, adotando uma abordagem em fases que se baseie em uma vigilância robusta, dados e capacidade expandida de testes e rastreamento de contatos”, completou. De acordo com ela, se a situação mudar e as infecções aumentarem, localidades e países devem ajustar o rumo rapidamente.


Observando que 5,1 milhões de casos e mais de 247 mil mortes devido à COVID-19 foram notificados nas Américas até 29 de junho, Etienne disse que, “para realmente entender o impacto do vírus e planejar com mais eficiência o que vem a seguir, é importante olhar além dos dados regionais e nacionais e focar no nível local”.


“Frequentemente ouvimos falar do número de casos em grandes países como Brasil, México ou Estados Unidos sem a apreciação de sua considerável diversidade social e geográfica. De fato, múltiplas curvas epidemiológicas coexistem tanto em nossa região quanto em cada país e as respostas de saúde pública devem ser adaptadas a essas situações específicas.”


A diretora da OPAS disse ainda que a reabertura exige medidas de saúde pública para rastrear novos casos e criar capacidade suficiente para detectar e controlar novos surtos. “A transmissão em uma região deve diminuir de maneira sustentável, as mortes devem diminuir e as taxas de ocupação dos leitos hospitalares devem ser baixas, antes que as restrições sejam relaxadas”.


Etienne listou medidas de saúde pública que os governos locais e nacionais devem adotar, incluindo testes oportunos, isolamento de casos para reduzir a transmissão, rastreamento de contatos para encontrar pessoas infectadas e isolá-las, acesso a equipamentos de proteção individual e treinamento para profissionais de saúde e, se necessário, medidas de viagem para limitar novas infecções, como rastreamento, busca de casos, quarentenas e outras medidas.


“Precisamos de testes, mas também precisamos que os resultados sejam relatados rapidamente para criar uma imagem precisa”, disse Etienne. “Qualquer pessoa com sintomas deve ter a orientação e o apoio necessários para reduzir a chance de transmissão para outras pessoas”, acrescentou.


O rastreamento de contatos, quando ancorado em um forte sistema de atenção primária à saúde, “pode ajudar a reduzir o risco de transmissão entre comunidades vulneráveis”, alegou a diretora da OPAS, e o sistema de saúde precisa de leitos hospitalares e unidades de terapia intensiva suficientes para atender casos graves.


A OPAS está trabalhando em estreita colaboração com os países e, “em muitos casos, com governos locais para analisar as tendências que podem ajudar a orientar suas tomadas de decisão”. “A OPAS apoiou os países em todos os aspectos da resposta, fornecendo orientação, treinamento e suprimentos. Nos últimos dois meses, doamos quase 5 milhões de testes de PCR para a região e adquirimos mais de 10 milhões de testes em nome de nossos países. Fizemos 54 remessas de equipamentos de proteção individual (EPIs) para 26 países”, pontuou Etienne.


Com informações da ONU Brasil / Foto: Agência Brasil/Rovena Rosa

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