Empreendedorismo

Empreendedora acreditou na educação como instrumento de transformação e criou escola na PB

Atualizada em 01/04/2022 às 16:39
Por Redação

Aldimar Wanderley, diretora e fundadora do Colégio Primeiro Mundo, conta sua história de desafios e conquistas


Empreender não é fácil.  Segundo a Pesquisa de Sobrevivência de Empresas, 29% das empresas fecham com cinco anos de fundação. E se atualmente já é difícil, imagine em 1982, quando a enfermeira Aldimar Wanderley, de apenas 19 anos,  resolveu investir no seu sonho e se dedicar à educação. Assim surgiu o Colégio Primeiro Mundo, referência em ensino infantil e Fundamental em João Pessoa, que celebra quatro décadas de história. 

 

Em um mercado pouco valorizado no Brasil como a educação,  conquistar espaço e reconhecimento foi um desafio grandioso para Aldimar, que se destacou no setor ao criar uma escola humana e feita com muito zelo para crianças até os 10 anos. "Me sinto vitoriosa em conseguir me manter no mercado por 40 anos, educando gerações, em um país que pouco valoriza a Educação.  Durante todo este tempo, sempre achei que estava no caminho certo. Minha maior realização é poder contribuir com o crescimento pessoal e profissional de pessoas e isso eu tenho feito com muito amor, doação e alegria no coração", comemora Aldimar, que conta um pouco de seus desafios e conquistas inspiradoras na entrevista que segue.

 

Empreender não é fácil, ainda mais sendo mulher, como foi para a senhora este processo?

 

Quando eu comecei com a escola, não foi algo que eu planejei por muito tempo, nem algo que esperava. Aos 17 anos, passei no vestibular para Enfermagem, profissão que imaginava ser o que desejava pra mim. E durante o tempo em que teria que esperar para começar a cursar, decidi procurar um emprego. Foi aí que encontrei uma escola que tinha vaga para professora. Precisava apenas fazer uma entrevista e uma prova.Foi uma surpresa a minha classificação, tendo em vista que nunca havia lecionado antes.Gosto de desafios, sempre buscava melhorar, para isso, lia muito, buscava a ajuda de professoras mais experientes e com a prática fui aprendendo. No momento em que minhas aulas no curso de Enfermagem começaram, consegui um estágio à noite das 18h às 22h e então fazia o curso pela manhã, lecionava à tarde e estagiava à noite. Todos os dias de segunda a sexta-feira saía de casa às 6h e retornava às 22h.


Foi trabalhando como professora que descobri minha paixão por criança e pela sala de aula. E em novembro de 1982, decidi, com o apoio dos meus pais e do meu namorado (hoje meu esposo)e com uma amiga como parceira, minha ex-sócia, fundamos uma escola: "O Mundo Colorido da Criança" que, em poucos anos cresceu e virou o Primeiro Mundo. A partir daí, passei a ser professora, diretora, motorista de transporte para pegar e deixar os alunos em casa, estudante de Enfermagem e estagiária. Com a escola, conclui meu curso, casei e tive meus três filhos. Chegamos a ter 420 alunos a partir de 2 anos até a 8° série, nos turnos manhã e tarde. Muitos profissionais bem sucedidos tiveram sua base escolar construída no Colégio Primeiro Mundo: Escola dos Sonhos com uma Educação de Verdade, que era o nosso lema. Em 2008, houve a separação da sociedade e eu sozinha dei continuidade a essa escola. Hoje são 40 anos educando gerações, hoje, com alunos filhos de ex-alunos, o que me emociona muito.

 

Quais foram os maiores desafios que a senhora enfrentou empreendendo?

 

Os desafios foram muitos. No Brasil, infelizmente ser empreendedor não é fácil e quando se é uma mulher, se torna mais difícil ainda. Por mais que tenhamos conquistado espaço, ainda temos muito caminho para trilhar. Os impostos são altos, a dificuldade de conseguir empréstimo para investir é grande, o mercado é muito competitivo, os calotes são inúmeros. As leis também não ajudam quem trabalha duro e deseja vencer. São poucos os que sobrevivem 40 anos, assim como eu, empreendendo na Educação. São muitas as histórias de alegria e de tristeza, mas com certeza de muitos desafios e aprendizados. Foi preciso muita fé em Deus e muito apoio da família para acreditar ser possível realizar esse sonho. Com determinação, coragem, resiliência e muito trabalho é possível empreender.

 

O que empreender significa para a senhora e em que momento sentiu que estava no caminho certo?

 

Vitória, essa é a palavra. Me sinto vitoriosa em conseguir me manter no mercado por 40 anos, educando gerações, em um país que pouco valoriza a Educação.  Durante todo este tempo, sempre achei que estava no caminho certo. A minha maior realização é poder contribuir com o crescimento pessoal e profissional de pessoas e isso eu tenho feito com muito amor, doação e alegria no coração.

  

Como a senhora resumiria esta caminhada? Se considera realizada?

 

Acredito que já cheguei onde sempre desejei chegar. Tenho 59 anos e um empreendimento de 40 anos. Iniciei como empreendedora com apenas 19 anos, ainda fazendo faculdade, me formei, casei e construí uma família com três filhos e um esposo que sempre me apoiaram em todas as minhas decisões. Tudo isso foi construído dentro do Colégio Primeiro Mundo. Só tenho a agradecer a Deus e a todos os pais e mães que ao longo desse tempo confiaram e entregaram seus filhos (o bem mais precioso deles) ao Colégio Primeiro Mundo. (Com assessoria).

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