Empreendedorismo

Cleo Lima, consultora de expansão, afirma: “No segmento de vinhos não é beber mais, é beber melhor“

Atualizada em 23/01/2024 às 14:25
Por Redação

Confira a entrevista de Cleo Lima, consultora de expansão da Decanter, uma das maiores importadoras da bebida no Brasil


A Decanter, referência para os apaixonados por vinhos, está prestes a inaugurar sua primeira loja em João Pessoa, trazendo consigo um repertório de rótulos selecionados por grandes especialistas no setor. Para quem já se perguntou sobre a arte por trás de uma boa garrafa de vinho, Cleo Lima, a consultora  de expansão da Decanter, tem as respostas. 


Com mais de 25 anos de história, a Decanter não é apenas uma importadora de vinhos, é uma referência em qualidade e compromisso com o consumidor. Cleo, publicitária de formação e amante do mundo dos vinhos, é quem coordena a expansão bem-sucedida da marca pelo Brasil. 


Nesta entrevista, vamos mergulhar na trajetória de Cleo, entender o que faz da Decanter uma marca única e explorar o que o pessoense pode esperar dessa novidade que está prestes a agitar o cenário enogastronômico local. Confira:


Para começarmos, queremos saber um pouco mais sobre você. Como foi o início da sua paixão por vinhos?

Minha trajetória profissional sempre esteve ligada à área comercial. Inicialmente, atuei muitos anos na indústria dos cosméticos, mais especificamente com perfumes. A mudança aconteceu quando conheci a diretora de uma importadora em São Paulo. Ela me convidou para desenvolver um trabalho semelhante ao que eu fazia no setor de cosméticos, porém, focado em vinhos e gastronomia. Foi aí que me encantei pelo segmento, percebendo sua envolvente cultura e a semelhança entre a assinatura dos perfumes e a complexidade dos vinhos. Literalmente, troquei a água de colônia pelos vinhos e desde então venho atuando no varejo, desenvolvendo lojas com foco no consumidor final, com os hábitos e necessidades. 


Qual a sua formação?

Sou publicitária, e fiz muitos cursos de perfumaria. Sou filha de alagoanos, mas nasci em São Paulo, então estou muito acostumada com aroma, cheiro e gastronomia, que é muito enraizado na família. A paixão pelos perfumes e cosméticos me levou a trabalhar na indústria e depois, quando conheci os vinhos e a gastronomia, quis viver essa experiência mais abrangente.  


Como começou sua história com a Decanter?

Trabalhando em uma importadora de vinhos, gerenciado uma loja em São Paulo tive contato com uma hunter da Decanter que buscava alguém para desenvolver um projeto para consumidor final. Participei do processo seletivo, compartilhando minha trajetória e experiência no desenvolvimento de franquias. A oportunidade de aplicar esse trabalho na Decanter surgiu um pouco antes da pandemia. Após ajustes e aguardando o melhor momento, retomamos o projeto no ano passado, expandindo as lojas com sucesso. 


Você faz a implantação das lojas por todo o Brasil. Como é esse processo?

Realizo a implantação das lojas, focando na identidade e imagem da marca. Essa imersão é crucial para que o parceiro absorva e viva essa identidade, tornando-se parte integrante da unidade. É um trabalho minucioso e crucial para o sucesso do projeto de expansão. 


Com a chegada da Decanter a João Pessoa, qual é a expectativa para o mercado local?

João Pessoa foi escolhida estrategicamente devido ao seu potencial turístico, à receptividade, à gastronomia e à cultura enogastronomica já presente na cidade. A expectativa é estabelecer uma parceria sólida com um mercado que valoriza a qualidade e a experiência, contribuindo para o fortalecimento local. 


Qual a diferença da Decanter das outras importadoras de vinhos?

A Decanter, liderada pela família Herman, destaca-se por sua curadoria minuciosa. Seu presidente Adolar Hermann, é respeitado no mercado e a Decanter está entre as cinco principais importadoras do Brasil. Ela detém marcas importantes como Ferrari, Luigi Bosca, Terranoble, Rocca Delle Macie entre outras e também sua marca própria, a Vínicola Hermann localizada em Pinheiro Machado- RS. 


E como é a feita a curadoria dos rótulos?

É bem detalhada. Adolar Hermann é um apaixonado por vinhos que procura minuciosamente junto com sua equipe Tiago Locatelli, que é campeão brasileiro de sommelier, e Edson Hermann, seu filho., os produtores que correspondem com o que eles promovem como vinho, que entrega realmente o que se propõe. 


Ele quer que o consumidor que seja apaixonado pelos vinhos da Decante saiba que se pegar um produto espanhol, chileno, argentino, vai sempre escolher bem. Do mais barato, ao mais caro, o vinho vai entregar o que ele realmente custar. A Decanter está há 26 anos no mercado com distribuição e foi a primeira a ter distribuidoras por todo o Brasil. 


A Decanter também produz vinhos?

Sim, é a única importadora que tem uma vinícola própria, fica em Pinheiro Machado, Serra do Sudoeste, Rio Grande do Sul, fronteira do Uruguai com o Brasil. É uma região que tem um clima bem tropical, com noites brandas e a uva tem uma produção marcante. Começamos a produzir azeites que é uma assinatura da família Hermann para consagrar a gastronomia. A linha toda tem espumantes premiadíssimos. Temos tintos, brancos e rosés. E aproveitando os espaços tivemos a primeira produção de azeite.


Como você vê a expansão no Nordeste?

Muito promissora. Apostamos na região devido à sua ascensão constante e ao desejo de proporcionar acesso à cultura do vinho. Acreditamos que a parceria com os consumidores locais e a realização de eventos contribuirão significativamente para o desenvolvimento desse mercado. O Nordeste cresce a cada ano, é impressionante, em todos os segmentos. Acho que só faltava encontrar o parceiro certo para difundir e consagrar a cultura da enogastronomia na região. Estamos presente em João Pessoa, Natal, Campina Grande, e vamos abrir no Maranhão, no Piauí, em maio e posteriormente em Fortaleza. Já no Norte tem em Palmas e vamos abrir uma segunda loja em Rondônia, Roraima e em Salvador abriremos a segunda loja fevereiro. 


Como a Decanter trabalha a equação entre o mercado de luxo e a ampliação do conhecimento sobre vinhos?

Enxergamos que o vinho não é um produto de primeira necessidade, mas é um produto que envolve cultura, laser, hobbie, então sai do mercado convencional e pula para o mercado de luxo que começa a entrar no quesito estilo de vida. Porque quem aprecia vinhos, aprecia gastronomia, viagens… compartilha emoções e experiência.


Qual é a expectativa da abertura da loja em João Pessoa?

Aqui foi o mercado que apostamos muito, principalmente porque entendemos que João Pessoa é uma capital para o mundo, voltada para a receptividade do turismo. As pessoas são muito envolvidas com a cultura. Existem bons restaurantes, o que ajuda a gente a fortalecer a enogastronomia. João Pessoa aposta muito na gastronomia, e isso pra gente é importantíssimo. Fez com que acreditássemos que era um momento de dar as mãos e seguir.


O que o pessoense pode encontrar na loja?

Aqui será um espaço de experiências. No início temos entre 350 e 400 rótulos, mas vai chegar a cerca de 600 rótulos ao final do ano de países como Chile, Argentina, Uruguai, Itália, França, Espanha,  Alemanha, Portugal, Brasil e outros. 


Os vinhos da Decanter podem ser encontrados em restaurantes, por exemplo?

Sim, este é uma dos compromissos com o parceiro local, levar os rótulos a todos os restaurantes . 


No projeto de expansão da Decanter, há diferença do mercado consumidor do Sul e do Norte-Nordeste?

Sim, pela questão cultural, de herança. No sul, tem imigrantes italianos, franceses, alemães que traziam isso enraizado, então já fazia parte da mesa deles e não é uma cultura do Norte-Nordeste. No sul, você consome muito vinho branco e tinto e não é só porque se toma tinto no inverno, mas porque é da cultura. Já no Norte e Nordeste há alguns anos eram mais consumidos vinho tinto leves e espumantes, agora está abrindo o leque para rosés e o tinto encorpados e vinho branco. Acho que é uma questão de difundir a cultura e dar acesso para as pessoas experimentarem. Então teremos muitos jantares harmonizados.

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