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Mundo dos negócios passa por mudança de paradigmas, explica especialista

Atualizada em 11/05/2021 às 15:02
Por Redação

Há muitas décadas o mundo em que vivemos vêm passando por alterações em diversos níveis (tecnológico, social, político, econômico, ambiental etc.). Modificações cada vez mais rápidas e constantes que influenciam o comportamento das pessoas nos âmbitos pessoal e profissional. Para dar conta de compreender e interpretar esse mundo dinâmico foi denominado o termo VUCA, acrônimo de Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade, em português).


Especialista no assunto, a vice-presidente da Apsen Farmacêutica, Renata Spallicci, explica que durante muito tempo fomos regidos pelas iniciais do mundo VUCA, mas que, na atualidade, e ainda mais em razão da pandemia, as relações em sociedade (e também no mundo dos negócios) se transformaram abruptamente, fazendo que outra terminologia ganhasse mais espaço no sentido de compreender melhor quais são os nossos novos desafios. Trata-se do BANI, acrônimo de Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible (Frágil, Ansioso, Não Linear e Incompreensível, em português).


Desse modo, Renata questiona-se se o ambiente VUCA ainda é suficiente para dar sentido ao mundo atual ou para descobrir possíveis cenários futuros. “O ambiente VUCA está evoluindo para uma nova conjuntura que exige novas terminologias e linguagem para explicar o mundo em constante ebulição”, acredita. Nesse sentido, o que costumava ser visto como volátil passou a ser entendido como não confiável, frágil; as pessoas que se sentiam inseguras, tornaram-se ansiosas; as relações, antes complexas, começaram a obedecer a sistemas lógicos não lineares; e a ambiguidade deu lugar a incompreensão.


VUCA versus BANI


Trazendo essa terminologia para analisar o mundo dos negócios, constata-se que em um mundo VUCA, uma indústria e um mercado poderia ser analisado como volátil por suas flutuações rápidas de demanda e por suas constantes turbulências. Em um mundo BANI, esse cenário evolui para quebradiço ou frágil. “Apesar de parecer confiável, flexível, e até mesmo inquebrável, determinado mercado pode ruir do nada”, afirma a vice-presidente da Apsen Farmacêutica.


No mundo VUCA, um cenário de volatilidade gera incertezas, ou seja, está relacionado à incapacidade de as pessoas fazerem qualquer previsão a respeito do futuro de um mercado de negócios, por exemplo. A empresária explica que, no mundo BANI, a decorrência natural da incerteza é a ansiedade. De acordo com Renata, quem está ansioso age menos, porque tem muito medo de errar. “Em um mundo gerido pela ansiedade, as pessoas tendem a se tornar passivas para evitar decisões potencialmente equivocadas”, diz.


O ambiente complexo, variável, interconectado, com múltiplas relações, difícil de ser analisado, do mundo VUCA, cede cada vez mais espaço para o ambiente de lógica não linear do mundo BANI, em que nada mais se encaixa perfeitamente. Conforme a executiva, neste cenário, pequenas decisões têm impactos desproporcionais e mudanças geram consequências com consideráveis atrasos, que mais tarde se tornam tangíveis.


A ambiguidade do mundo VUCA, que pode ser definida como a falta de clareza para interpretar algo, como ocorre em muitos mercados e indústrias, dá lugar à incompreensão, no mundo BANI. Como destaca Renata, trata-se de consequência direta de um mundo provido de uma lógica não linear. “Não conseguimos compreender direito a causa de determinados acontecimentos, porque podem ter ocorrido há muito tempo. Isso gera em nós uma certa incompreensão dos fatos”, explica.


Para a vice-presidente da Apsen, a relação entre cliente e empresa, passando por ações de publicidade ilustram bem as transformações do mundo VUCA para o mundo BANI. Renata lembra que, no passado recente, as marcas para serem bem-sucedidas necessitavam apenas divulgar seus produtos em veículos de massa. Isso seria suficiente para que muitos consumidores se sentissem impelidos a adquirir um produto numa loja física. Ou seja, algo muita mais simples de ser mensurável.


De acordo com a especialista, no mundo BANI, a relação entre empresa e cliente se intrincou. O produto passou a ser elaborado com uma participação muito maior do consumidor, sendo o meio de divulgação muito mais difuso, através de diversos veículos digitais. Segundo Renata, isso demanda da empresa uma luta constante pela atenção da cliente, em um ambiente de concorrência acirrada, em que novas tecnologias e formas de dialogar são implementadas constantemente.


Mundo JUCI


Não obstante o cenário assustador que se apresenta, a executiva acredita que o mundo BANI ofereça uma estrutura produtiva, que pode fazer com que consigamos dar sentido ao mundo novo. De acordo com a especialista, a fragilidade faz com que foquemos na capacidade e na resiliência para superá-la. Para combater a ansiedade, é preciso empatia e atenção plena.


Por sua vez, para lidar com uma lógica não linear, faz-se necessário contextualização e adaptabilidade. E a luta contra a incompreensão se dá através da transparência e da intuição.


“Obviamente, essas são reações e não soluções, mas isso indica que os problemas podem ser resolvidos em algum momento, apesar da ansiedade que sentimos tão profundamente”, declara Renata. Ela espera que brevemente o mundo se transforme no que denominou JUCI, acrônimo de Justo, Unido, Consciente e Igualitário.


Conforme a empresária, a pandemia serviu para que as pessoas, durante o isolamento, refletissem sobre as verdadeiras prioridades de suas vidas, buscando alternativas para ajudarem a si mesmo e ao mundo. Para Renata, a solução se encontra na coletividade: seres humanos unindo forças para implementar as mudanças necessárias visando a um mundo melhor. (Com informações da assessoria)




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